segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cego Amor

Não sei se choro
não sei se rio
percorro o rio
e sinto frio.

Além da dor
o desamor
o desafeto
estou sem teto
estou sem Feto
mas ainda quero.

Quero um projeto
junto um protesto
de um desafeto
que até detesto.

Estou aberto
e sou sincero
e te Venero
sagrado amor
que não enxergo.
Meu cais

Eu gosto da rua
o sujo me atrai
eu falo besteira
tantas bobagens
mas isso me faz
Espero uma fruta
espero uma prece
espero um amor
Eu só não quero paz
Pra viver sossegado não adianta
Eu gosto é do caos
Talvez a rua como laboratório
me seduz mais e mais
Eu gosto das praças
dos bêbados que os porcos humilham
da fantasia de uma briga pelo jogo
da prostituta que engana
que com a mão de madre me atordoa
da paciência de quem nos ouve
das palavras anciãs que acalentam-me
De todo este cais florescente
de toda esta vida remanescente
de uma vida que prospera
A vida... a minha vida está pautada neste meu céu
o qual encontrei-me com a felicidade

tal qual não existe paz

Preto tem a cor da vida
preto tem a cor da mídia
escuro remete medo


Nada como o amanhã
resplandecente, claro que fica


E se fosse negro?


De nada valia!


E se fosse invento?


É claro que se compra


Sem pudor
sem amor


Com invento


Com gosto lá da casa de manu
lembro daquele cheiro
eu e tu


Com a cara de um jumento
que a apanhar
sempre come rimas verdes
espinafre com coentro
rimo amor
com freio em excesso


Rimar pneu
sem ti pra dentro
rimar vontade
sem eu
por ti com dentro